Depois de um ano com grandes oscilações no preço da arroba do boi, pecuaristas da região de Araçatuba/SP começam 2019 com expectativas de melhora no cenário econômico. Em 2018, a arroba iniciou o ano a R$ 146, chegando a R$ 138 em junho, fechando em R$ 149, uma oscilação de quase 8%.
Situação que fez com que Carlos Mestriner, proprietário da Agropecuária Ônix, de Birigui/SP, buscasse alternativas para garantir as vendas. Desde 2003, a fazenda trabalha com produção de Nelore para corte, fornecendo carne para frigoríficos do estado de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. E também, com produção de matrizes e touros para uso próprio e venda de genética.
“Tivemos que administrar bem o preço das vendas em 2018. Vendemos em todos os meses, sendo que em alguns, pegamos em baixa, em outros, um pouco mais acima. Conseguimos ter, pelo menos, um equilíbrio nos preços para supera essa oscilação”, explica.
Além de procurar vender a um preço médio durante o ano, Mestriner destaca que teve que fazer algumas mudanças para diminuir custos. A troca de fornecedores para garantir melhores preços na compra de suplementação alimentar para o gado foi uma delas. Isso porque, a seca predominou no ano passado, prejudicando as pastagens e aumentando a necessidade de suplementar a alimentação dos animais.
“Foi um ano difícil. Pois além da oscilação da arroba, sobretudo com preços baixos, tivemos o agravante da falta de chuva, que afetou muito as pastagens e o aumento no preço dos insumos. Isso onerou muito a pecuária”, ressalta.
Para este ano, o pecuarista acredita que o cenário será melhor. “A safra que começou já está mais firme e não deverá cair. Acredito que 2019 venha com um cenário mais positivo que 2018”, finaliza.
A responsável pelo departamento administrativo da Nelore Zeus, em Birigui/SP, Adriana Renata Rodrigues, acredita que 2019 promete ser promissor para o agronegócio. “Acreditando nessa melhoria do mercado, estaremos em 2019 disponibilizando um número maior de touros melhoradores, touros mais jovens, apostando no aumento da produção de bezerros e na maior valorização da arroba”, afirma.
Ainda segundo ela, as exportações tendem a crescer atraindo assim uma maior procura pelos frigoríficos para compra de gado, dessa forma o pecuarista consegue negociar melhor sua venda, pois a pecuária trabalha com uma margem apertada.
Para o consultor de negócios, Fernando Fabris, a expectativa do mercado é de preços bons em 2019, com a melhora da economia e abertura de novos mercados para exportação de carne bovina. Fabris lembra que, dentre esses mercados, estão a Rússia, que após as eleições de 2018 voltou a comprar carne bovina do Brasil. O consultor afirma que, com o dólar alto, as exportações se tornam ainda mais vantajosas para os criadores.
FONTE: Pontual Comunicação
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